Pas de deux incompleto
Pego em ti, cravejado entre meus dedos,
conduzindo tua face ao meu peito
como a crente devota que sussurra suas preces ao santo que a protege.
Assim fico quando te amparo e te idolatro.
Dedilho a nossa música nos fios do teu cabelo, e juntos embalamos nossos sorrisos. etéreos.
e por instantes foste dança para os meus pés
enquanto o meu corpo velado te abraçava.
mas o reflexo do espelho roubou meu olhar fortuito...
agora vejo apenas um corpo dessincronizado tendo os seus dois braços como companhia
.cuja sombra, frio e vazio desafia.
E tu cais, silenciosamente, prostrado a meus pés...apercebo-me então de que o meu sorriso, o teu sorriso, o nosso sorriso - nosso?- é mera ficção encenada, virtual, bidimensional e finita.
Perecível como a fotografia que encerrei entre os dedos.
. não a rasgarei. não. não volto a tocá-la. a tocar-te. não.
o sal das lágrimas que me escorrem pelo rosto prometeram-me que se empenhariam em diluí-la.
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6 comentários:
Sabes Lara? Tenho a certeza que o sal das tuas lágrimas não é suficientemente corrosivo para dissolver essa fotografia.
Não te afastes dela. Encara-a de frente. Não fujas... ela só perece se deixares, se quiseres.
E tu não queres isso pois não?
...
olha que eu vou lá...
:)
(ameaça de amiga)
vá, vem a minha casa e traz a tua amiga, adoro-a!***continua assim, sempre criativa!beijos mil
é incrivel a forma como casas o texto com a imagem, com o título!GENIAL!
adoro brincar ao "faz-de-conta" contigo*
necessario verificar:)
entretanto o meu oftalmologista confirmou a acidez das minhas lágrimas!
**saudosos, querida anónima "emanuelle"
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