Só hoje identifiquei - ainda estou para saber por que milagre do entendimento!- o aguilhão que diariamente me tem acicatado a angústia. É nada mais nada menos do que o relógio de um edifício situado em frente do meu consultório. Sem dar conta que, mal erguia os olhos da escrita ou os desviava dum doente, ficava eu com dois ponteiros a desandar na retina, passei anos e anos a fornecer ao inconsciente o grande motivo da minha própria agonia...
Texto de Miguel Torga - DiárioXI.,1973
é impossível gostar de alguém que foi submisso às mesmas obsessões
seria insuportável
confrontar-me diariamente com os meus medos
é impossível gostar de alguém que foi submisso às mesmas obsessões
seria insuportável
confrontar-me diariamente com os meus medos
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