"Em comparação com o belo, o sublime consiste num estágio de estupefação e de horror até o grau mais alto em que a razão não pode alcançar. De outro modo o sublime não possui formas, mas desperta no fundo sentimento inexplicável pela mente. O belo é aquilo que agrada e é finito, está nos limites da razão humana, enquanto que o sublime pode ser encarado com o terrível ou até mesmo um espanto ao contemplar algo tão belíssimo, é um choque para a razão a graça de tamanho efeito inebriante. Segundo Lebrun, o sublime consiste numa imaginação sem imagens e Kant diz que “a noite é sublime, o dia belo”. O sublime para Kant é a desarmonia em relação as faculdades, pois o sublime assombra, é terrificante e de uma beleza magnífica e absolutamente grande. O sublime surge de uma tensão entre imaginação e razão gerando uma relação conflituosa da imaginação com a razão. Ora, a imaginação por si só acaba no nada, fica infurnada um abismo onde poderia perder-se, o impensável, o horror e fazendo com que a razão violente a imaginação, pois a mesma não consegue medir o que é o sublime. A mais profunda solidão é sublime, mas consiste nada mais no que é terrível, inibindo a dor e fazendo o sujeito almejar um êxtase perante algo tão maravilhoso, independente de forma e cor, mas é uma contemplação não racional, inexplicável e quase delirante, fazendo com que os sentidos paralisem e permitindo um grau de elevação que não está em conformidade com este mundo".
Guilherme Paixão Campelo
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